A delegada da Polícia Civil Maria Selma Pereira
Lima foi afastada das funções, por determinação judicial, devido às suspeitas
de integrar uma organização criminosa especializada na prática dos crimes de
furtos, roubos e clonagem de veículos.
O pedido de afastamento à Justiça foi solicitado
pelo Ministério Público Estadual (MPBA), no âmbito da “Operação Dublê”, que
cumpriu um mandado de prisão preventiva contra o líder da quadrilha e cinco
mandados de buscas e apreensões em Salvador e em São Paulo. Segundo o MPBA, há
fortes indícios que o líder da associação criminosa mantinha relação próxima e
duradoura com uma delegada.
Ainda conforme o MP, as investigações
demonstraram que Maria Selma Lima se utilizava das prerrogativas inerentes ao
cargo e da influência que gozava na Polícia Civil, para garantir a impunidade
do grupo criminoso e facilitar a execução e proveito dos crimes.
Até o dia 04 de setembro do ano passado, Maria
Selma era a diretora do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (DCCP), ao
qual estão vinculadas as delegacias especializadas em investigar os crimes de
furtos e roubos. Quatro dias depois, o
Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério
Público (MP) recebeu uma representação contra a delegada denunciando o
envolvimento dela com uma quadrilha especializada em roubos.
A delegada Carla Ramos foi a autora da denúncia.
Carla foi delegada titular da Delegacia de Furtos e Roubos (DRFR), na Baixa do
Fiscal, entre 2015 e 2019, quando no mês de outubro foi presa com outros três
policiais, suspeita de cometer tortura dentro da delegacia. Em fevereiro do ano
passado, a Justiça considerou a prisão de Carla ilegal e revogou outras medidas
cautelares, o que permitiu o retorno da delegada às funções na Polícia Civil.
A DRFR é subordinada ao DCCP, que foi chefiado
por Maria Selma entre julho de 2019 e setembro de 2020. No relatório, entre as
denúncias, Carla diz que Maria Selma deixou de comunicar flagante de uma
quadrilha que ela prendeu e, por isso, os bandidos foram liberados. Após esse
episódio, ocorreu a prisão de Carla por suspeita de tortura.
De acordo com o MP, Maria Selma chegou a forjar
documentos e a introduzir uma pessoa ligada à quadrilha no ambiente da Polícia,
acompanhando-a, como policial fosse, portando armas e auxiliando-a nas ações de
favorecimento ao grupo criminoso.
Com base nas provas apresentadas, foram deferidos
pela 1ª Vara Especializada em Crimes Contra a Administração Pública da comarca
de Salvador/BA o pedido de prisão preventiva do apontado chefe do grupo, os
pedidos de buscas e apreensões em endereços residenciais e outras propriedades
dos investigados.
Também foi deferido o afastamento cautelar do
exercício das funções públicas da delegada de polícia, pelo período de um ano,
cumulado com proibição de acesso às dependências e aos sistemas da Polícia
Civil, comunicação com outros agentes de segurança e utilização dos serviços da
Secretaria de Segurança Pública.
Em resposta ao Metro1, a Polícia Civil informou que a delegada Maria Selma está afastada, administrativamente, desde o dia 25/02/2021, por conta dos procedimentos instaurados na Corregedoria da Instituição e remetidos ao Ministério Público, em 19 de fevereiro de 2021. Agora, foi decretado o afastamento por ordem judicial, pelo prazo de um ano, dentre outras medidas cautelares diversas da prisão. A instituição não quis comentar as ordem judicial nem as denúncias do MP.
Fonte: Metro 1

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