Até o fim da tarde desta terça-feira, 29, a
família de Lázaro Barbosa, de 32 anos, que ficou conhecido como o 'Serial
Killer do Distrito Federal', não tinha comparecido ao Instituto Médico Legal
(IML) de Goiânia para retirar o corpo. O criminoso foi morto na manhã de
segunda-feira, 28, após ser atingido por 38 dos 125 tiros dados pelos policiais.
Ele vinha sendo caçado havia 20 dias, depois de
assassinar uma família em Ceilândia (DF). O corpo passou por perícia e desde a
noite de segunda está liberado para sepultamento.
O prazo para a retirada do cadáver é de 30 dias,
após o qual Lázaro poderá ser enterrado como indigente, em cova comum.
Familiares, no entanto, ainda assustados com a repercussão do caso, estariam
esperando alguns dias para evitar possível reação de moradores durante o
sepultamento.
O IML funciona de forma ininterrupta e o corpo
pode ser retirado inclusive durante a noite. A expectativa é de que o cadáver
seja levado para sepultamento em Edilândia, bairro rural de Cocalzinho de
Goiás, onde está sepultado um irmão de Lázaro.
Uma tia do falecido, Zilda Maria de Sousa, disse
que a mãe de Lázaro gostaria de realizar o velório e sepultamento em Barra dos
Mendes, no interior da Bahia, onde ele nasceu e onde ainda mora a maior parte
da família. No entanto, a família não tem recursos para o translado. Segundo a
tia, muitos familiares não irão ao velório, em Goiás, por medo de serem
linchados pela população ou por parentes das vítimas.
Polícia continua investigando se Lázaro recebe ajuda durante fuga
Após a morte de Lázaro, as investigações
prosseguem para apurar se ele recebeu ajuda durante a fuga e, também, se ele
foi mesmo o autor de outros crimes atribuídos ao 'serial killer'. De acordo com
o secretário da Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, foram colhidas
amostras de DNA do criminoso morto para comparar com amostras coletadas das
supostas vítimas dele. Ainda se apura a origem dos R$ 4,4 mil encontrados com
ele.
Existe a suspeita de que alguns crimes de Lázaro
possam ter sido encomendados. Ainda não se sabe a motivação, por exemplo, para
o massacre da família Vidal, no dia 9, em Ceilândia (DF). O suspeito invadiu a
casa e matou o empresário Cláudio Vidal, de 48 anos, e os dois filhos dele,
Gustavo, de 21, e Carlos Eduardo, de 15. A esposa do empresário e mãe dos
garotos, Cleonice Marques, de 43 anos, foi sequestrada e encontrada morta três
dias depois.
Dias antes, Lázaro matou um caseiro em
Cocalzinho, com o modus operandi de uma execução. Ele invadiu a propriedade,
encapuzado e com colete à prova de balas, cometeu o crime e fugiu sem levar
nada.
A delegacia regional da Polícia Civil de Águas
Lindas de Goiás aguarda a chegada do laudo da perícia realizada no IML para
abrir o inquérito sobre a morte de Lázaro.
O laudo, que fica pronto em dez dias, deve apontar
quantos tiros atingiram o corpo, os órgãos atingidos e a direção tomada pelos
projéteis. A investigação deve apontar também se houve excesso dos policiais,
como eventuais disparos contra o cadáver. O inquérito será acompanhado pela
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Cocalzinho de Goiás retoma clima pacato
No cenário da caçada a Lázaro, uma área de 60
quilômetros entre Cocalzinho e Águas Lindas de Goiás, o clima pacato voltava a
reinar nesta terça-feira. As barreiras da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na
BR-070, que liga as duas cidades, foram retiradas.
No distrito de Girassol, em Cocalzinho de Goiás,
as tropas da polícia goiana que fizeram o cerco a Lázaro já deixaram o povoado
e a vida da população voltava ao normal. Moradores que tinham abandonado
chácaras e sítios, com medo do serial killer, começaram a voltar para cuidar
dos animais e plantações.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública de
Goiás, Lázaro era investigado por mais de trinta crimes cometidos em Goiás,
Bahia e Distrito Federal. Ele havia sido preso duas vezes e nas duas conseguiu
fugir da prisão.
Durante a caçada, o criminoso invadiu propriedades rurais, fez três pessoas reféns e baleou quatro, entre elas um policial militar. Ele já havia sido condenado por homicídio no estado da Bahia. Também era procurado por roubo, estupro e porte ilegal de arma. Entre os investigados por suposta ajuda ao criminoso está o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, de 74 anos, preso na quinta-feira, 24. A defesa dele disse que Elmi nega a acusação.
Fonte: Notícias ao Minuto

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