O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) apresentou no
início da tarde desta terça-feira (20) à Mesa Diretora do Senado uma
retificação do seu pedido de licença da Casa. No novo documento, ele pede que o
prazo seja de 121 e não mais de 90 dias, como havia sido solicitado no primeiro
documento protocolado às 8h49 de hoje.
No requerimento ele reafirma que a medida é
"irrevogável e irretratável” e que durante esse período se dedicará
exclusivamente à sua defesa. Conforme regimento da Casa, em casos de licença
por decisão do parlamentar, não há previsão de pagamento de salário durante o
período de afastamento.
O primeiro suplente do senador é um dos filhos
dele, Pedro Arthur. Segundo a Secretaria-Geral da Mesa do Senado, ele tem 30
dias improrrogáveis para se habilitar a ocupar a vaga. Caso isso não aconteça,
o fato deve ser comunicado ao plenário da Casa e a partir daí, o segundo
suplente do senador, Onésimo Cruz, tem 60 dias para assumir a vaga. Nesse caso,
o prazo é prorrogável por mais 30 dias. Até o fechamento desta reportagem a
assessoria do senador não confirmou se o filho do parlamentar assumirá o
mandato.
Suspeita
Rodrigues é suspeito de participar de um esquema
de desvio de recursos destinados ao combate ao novo coronavírus. Na semana
passada, uma operação da Polícia Federal com o apoio da Controladoria-Geral da
União teve o parlamentar como um dos alvos e apreendeu na residência dele em
Roraima R$ 33.150 em espécie. O dinheiro estava escondido na cueca do senador.
Os agentes também encontraram em um cofre R$ 10 mil e US$ 6 mil.
Nessa segunda-feira (19) , em nota divulgada à
imprensa, a defesa do senador afirmou que o dinheiro encontrado nas vestes
íntimas se destinava “ao pagamento dos funcionários de empresa da família do
senador”. Segundo os advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Yasmin
Handar, o parlamentar “está sendo linchado por ter guardado seu próprio
dinheiro”.
Perdas
Desde que o caso veio à tona, Chico Rodrigues foi
exonerado do cargo de vice-líder do governo e pediu para sair da comissão
externa do Congresso Nacional que fiscaliza os gastos no combate à covid-19.
Na segunda-feira (19), o senador também se
desligou do Conselho de Ética do Senado, onde é alvo de uma representação
protocolada pelos partidos Rede e Cidadania, que pedem a cassação do seu
mandato.
STF
O senador já estava afastado do mandato, por 90
dias, desde a última quinta-feira (15), por decisão do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. A decisão seria apreciada amanhã
(21) pelo plenário da Corte.
Procurada pela Agência Brasil, a assessoria do ministro Barroso disse que o magistrado “analisará o caso quando e se for informado oficialmente da formalização da licença do senador”.
Fonte: folhape.com.br

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